em 1931, e que, desde 1990, faz um filme por ano, pelo menos. Gebo foi adaptado de uma peça de 1923, de Raul Brandão, em tom taciturno e melancólico, bem ao caráter português, filosofando: ou bem se rouba e enriquece para viver bem ou se conforma com seu papel pequeno na sociedade, pedindo licença para viver. “Os filhos do padre” é um filme croata bem-humorado que, aparentemente, explora os problemas que se acumulam no meio eclesiástico mas que, sob a figura do padre católico, nos convida a invadir a privacidade de cada habitante numa vila pitoresca da Dalmácia e conhecer seus graves problemas em torno de filhos por nascer ou que não nascem ou são evitados, todos com consequências funestas. Mas o melhor dos três é “The lunchbox”, de Ritesh Batra, cujo pano de fundo é o transporte sui generis em bicicletas e trens de quentinhas ou marmitas que saem já preparadas das mãos de esposas, diretamente para a mesa de trabalho dos maridos, bem na hora de seu almoço. As quentinhas trocam de destinatário e costuram uma história de amor quase impossível, não passando pela cabeça de ambos, ele, viúvo, ela, casada, sonhar com a felicidade e muito menos se conhecerem, à medida que sinceramente se entregam dividindo seus problemas por meio de cartas, que vão e vêm através das quentinhas. Consagrando o dito popular indiano: “Trem errado leva à estação certa”.
TREM ERRADO LEVA À ESTAÇÃO CERTA
em 1931, e que, desde 1990, faz um filme por ano, pelo menos. Gebo foi adaptado de uma peça de 1923, de Raul Brandão, em tom taciturno e melancólico, bem ao caráter português, filosofando: ou bem se rouba e enriquece para viver bem ou se conforma com seu papel pequeno na sociedade, pedindo licença para viver. “Os filhos do padre” é um filme croata bem-humorado que, aparentemente, explora os problemas que se acumulam no meio eclesiástico mas que, sob a figura do padre católico, nos convida a invadir a privacidade de cada habitante numa vila pitoresca da Dalmácia e conhecer seus graves problemas em torno de filhos por nascer ou que não nascem ou são evitados, todos com consequências funestas. Mas o melhor dos três é “The lunchbox”, de Ritesh Batra, cujo pano de fundo é o transporte sui generis em bicicletas e trens de quentinhas ou marmitas que saem já preparadas das mãos de esposas, diretamente para a mesa de trabalho dos maridos, bem na hora de seu almoço. As quentinhas trocam de destinatário e costuram uma história de amor quase impossível, não passando pela cabeça de ambos, ele, viúvo, ela, casada, sonhar com a felicidade e muito menos se conhecerem, à medida que sinceramente se entregam dividindo seus problemas por meio de cartas, que vão e vêm através das quentinhas. Consagrando o dito popular indiano: “Trem errado leva à estação certa”.