A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) aprovou a criação de uma comissão que vai verificar autodeclarações raciais para reserva de vagas (as cotas) em processos seletivos nos cursos de graduação, em função de denúncias de que alunos brancos teriam se autodeclarado pretos ou pardos para conseguirem o direito à cota, preferencialmente no curso de Medicina – onde a disputa é mais acirrada. A iniciativa atende às demandas de movimentos sociais da instituição em razão de fraudes, visando homologar o ingresso de pretos, pardos e indígenas nas ações afirmativas. Os candidatos serão avaliados em sua cor de pele e outras características fenotípicas, como tipo de cabelo, formato de nariz e lábios. Durante o processo eles não poderão se comunicar com os avaliadores. A punição será o desligamento do aluno da universidade. O fato do Brasil ser um país cada vez mais mestiço dificulta a detecção de trambiques, mas a aparência em grande parte reflete o inconformismo da elite branca com “seu espaço roubado que prejudica seu futuro”. Daí o regime de cotas incentivar a reflexão crítica sobre o pertencimento étnico.
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