O ano letivo começou e com ele vieram os trotes e um circuito universitário que envolve muito dinheiro. São boates, ex-alunos de faculdades e as chamadas Atléticas que criam, juntos, um calendário de festas e atividades nas cidades universitárias. As bebidas alcoólicas transitam de mão em mão. Veteranos que coordenam os trotes não deixam o copo vazio das calouras, quando não acordam estupradas em terrenos baldios com fama de piranha por terem consentido em beber. Sem contar balde com urina e cola, perna queimada com ácido, inúmeros meninos e meninas de 18 anos entrando em coma ao ingerir 25 doses de vodca em meia hora – assim acaba matando! Veteranos que humilham, dão socos e chutes, mijam em você, e ainda ameaçam de morte. Utilizando-se de trotes virtuais para trocar os perfis em redes por imagens em que o calouro aparece com um copo dentro da boca ou sendo chamado de burro. E pensar que essa gente, muitos já formados, é estudada e não eram bandidos. Sem contar que esses veteranos marginais contratam advogados caríssimos com a cobertura de seus pais, os mesmos que reclamam da corrupção que grassa no país, fazendo de tudo para seus clientes não prestarem esclarecimentos. A maior parte dos alunos não gosta de trote e dissimula que é uma forma de interagir com os veteranos, que se aproveitam deles ainda não formarem um grupo coeso e unido que possa fazer frente à máfia corporativista engendrada em anos de faculdade. Que belos cidadãos não serão!