Um gambá cheira o outro significa uma tribo se formar para, com o mesmo objetivo, explorar ou gozar do mesmo privilégio. O exemplo magno é o mensalão. Basta observar os deputados, com cara de gambá, que organizaram a quadrilha no Congresso para tripudiar sobre o eleitor. Ou a tentar justificar o trio elétrico com as passagens aéreas. Repare quando junta um monte de gente brega para se defender daquilo que mais as ameaça: o bom gosto, a sobriedade e a elegância. Ou quando se somam para rezar no mesmo livrinho de fé. Ou quando reúnem os loucos por um automóvel zero. Ou quando mulheres disputam o mesmo vestido ou o produto mais barato. Quando se aproximam por local de origem, em que o regionalismo sobressai o que possuem de mais ridículo, esquecidos de manter as aparências, face ao amor e saudades da terra natal. Ou então, quando se agrupam pares ou trincas em que o cheiro de gambá se acentua por salientar o que têm de pior na fisionomia sem escrúpulos, que transparece no franzir dos olhos ou alçar das sobrancelhas. Afaste-se, pois o olfato do gambá é ímpar e percebe quem não é seu igual. Lançar-lhe-á um jato de mau astral ao notar que descobriu porque exalam mau cheiro.