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UM PONTO FORA DA CURVA

O julgamento do mensalão do DEM (Arruda e sua quadrilha) acabou de ser desmembrado, tal como o mensalão do PSDB já o fora. Ou seja, remetido à primeira instância, favorecido pelos inúmeros recursos que só o farão chegar ao Supremo daqui a 20 anos. Dois pesos, duas medidas, pois, ao chamado mensalão do PT, não lhe foi concedido essa benesse. Reforçando as impressões do novo ministro Luís Roberto Barroso quanto a um Supremo menos intransigente em outros casos. Mas se o mensalão do PT se originou no PSDB de Minas e ainda não foi julgado, e o do DEM ratifica que o mensalão não tem pai nem avô, originando-se na base corrupta da política que se pratica no país, por que um foi desmembrado e os outros dois, não? Para condenar um e deixar os outros dois caírem no vazio da lerdeza da Justiça? O primeiro, fazendo justiça, e os segundos… fora? É assim que pretendiam fazer justiça com as condenações no julgamento do mensalão? E se o PT não acabar como se pretende com as condenações? Suscitará uma Comissão da Verdade daqui a 30 anos para apurar o que há por trás dessa cadeia de comando? Não precisa: é para tudo voltar ao que era antes.
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Antonio Carlos Gaio:
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