O Brasil foi eliminado das Olimpíadas pelo cavalo paraguaio, depois de conquistar o penta e se sagrar campeão do mundo nas categorias dos 17 e 20 anos. O futebol exige que você mostre superioridade a cada partida. Não se pode cantar de galo na véspera, senão acaba como o peru no Natal: saboreado em fatias pelos que arrotam a empáfia com um prazer de quem adora dançar tango.
O vexame se delineou numa brincadeira de criança da dupla de atacantes do Santos, antes da competição. Robinho abaixou as calças de Diego, digo, o calção, e, como são celebridades, os fotógrafos clicaram. Na medida, para não mostrar o mesmo desempenho artístico no gramado. Decepcionando como autênticos blefes que merecem ser banidos para ganhar dinheiro na Europa como micos amestrados, ao lado de Denílson, seu inspirador. E viver da fama de pedaladas.
Pior do que não ter espírito de seleção e amarelar é insistir numa brincadeira freqüente entre garotos de 10 a 12 anos de idade. A finalidade é expor as partes pudendas a meninos e meninas, maculando o futuro do otário, pois no currículo ficará registrada a sua vergonha. Até então resguardada pela santa mãe. Desprotegido, ele se constrange com o desnudamento do pinto que mais parece minhoca e com a exposição das nádegas para apreciação gay da platéia que ri despudoradamente. Uma gozação que o obriga a fugir ou a brigar, porquanto desmoraliza. Como sua auto-estima oscila conforme os ciclos da lua, sentir-se um zero é a conseqüência. Uma antevisão do que a sociedade reserva para acolhê-lo e formá-lo. Inibindo a aproximação daquela lourinha de tranças no canto, a única que não tirou proveito da situação. Obrigando-o a se defender de lobos oportunistas que querem dar o bote para forçá-lo a definir sua preferência – a antecâmara do sexo. Enquanto o autor brincalhão mantém-se ileso, ser escorregadio, moleque e sonso bem disfarça uma vontade que ainda não tem coragem de assumir e delimita seu futuro caráter.
Diego se justificou com sua musculatura não respondendo à importância dos jogos, e Robinho chorou. Com receio de ser comparado ao Alex do Cruzeiro que fracassou nas Olimpíadas de Sidney e ganhou o apelido de Lexotan por jogar dormindo em campo. Cruel o esporte que exige para dar a volta por cima uma definição na brincadeira de baixar as calças e evitar novos vexames. Elevado o preço do estrelato ou, então, que se assuma a obscuridade e seja feliz em sua opção sexual. Pedalando, pedalando…
A síndrome do complexo de ter de provar que é homem. Acima de qualquer suspeita. Por esse buraco da agulha muitos passam, o filtro não é rigoroso, o difícil virá depois: provar ao longo da existência que é homem. Suas mãos percorrerão o pescoço, muitas vezes suado, sob a ameaça de quererem a sua cabeça. A virilidade funciona como guilhotina. Mostrar firmeza, não falhar na ereção, dizer a que veio nos momentos decisivos é uma obrigação, senão o fracasso surge que nem um fantasma a morder seus calcanhares como um rato que ruge.