O corpo de técnicos e administradores da Petrobras, a despeito de diretores nomeados politicamente, soube resistir heroicamente à tentativa de desmantelar o último dinossauro estatal durante o governo FHC, que passaria a se chamar de Petrobrax. Quando o pensamento neoliberal abraçado à mídia ainda formava opinião. Numa economia que não conseguia crescer, com juros estratosféricos, dívida externa elevadíssima, reservas internacionais quase a zero, pretendiam entregar o ouro a quem tivesse mais competência no estrangeiro para nos explorar. Petrobras, a herança maldita do período jurássico iniciado em Getúlio Vargas. Mas a descoberta do pré-sal não se deve a Deus ser brasileiro. A recuperação da autoestima do povo brasileiro, deixando para trás o complexo de inferioridade inculcado durante séculos, erguendo sua cabeça para olhar o futuro com mais confiança, é a marca do governo Lula. Tal processo de revigoramento só poderia ocorrer em grande profundidade, originando-se, dentre outras vertentes, nas águas ultraprofundas em que a Petrobras inscreveu seu nome, experiência e capacidade como a segunda das grandes petroleiras mundiais e a quarta das companhias ocidentais.