(escrito para Flávio Pingariho)
Boletos que não param de chegar,
preços de tudo aumentando sem parar
e o trabalho que não dá conta.
Ainda bem que eu surfei hoje…
A gente faz as contas,
aperta aqui e acolá,
acumula funcões
até onde dá,
e a vida vem e apronta
mais uma despesa pra gente pagar.
Ainda bem que eu surfei hoje…
Familiares adoecem,
nossos filhos crescem,
cachorros desaparecem
e a gente continua
botando o sorriso na rua
Mesmo na luta do luto,
com a filha tão longe,
no outro lado do mundo…
Ainda bem que eu surfei hoje…
Tem horas que só o mar no horizonte
me cura de tudo e esconde
o meu cantinho da paz.
Embarco na onda
sem olhar pra trás.
E você? Já surfou hoje?
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