Segundo o Instituto Data Popular, 36% dos eleitores não votaram em Dilma, não gostam do Lula e afirmam que o governo é ruim ou péssimo, coincidindo, dentro da margem de erro, com os votos de Aécio no 1º turno. 44% votaram em Dilma, mas estão descontentes com o governo porque não está pondo em prática o projeto de país no qual votaram (não seria um ajuste fiscal com cortes em educação e saúde) e é claro que não acreditam que uma mudança total de rumos seja a saída e que faria bem à nação, nem muito menos que a oposição tornaria o Brasil num país melhor. Esses números são os que apresentam maior proximidade com a realidade eleitoral medida em outubro de 2014, e não a reprovação acachapante individualizada na Dilma. Em virtude de se basearem na confrontação de programas de governo por mais que alienados, analfabetos políticos e indignados on-line neguem, pois quando votamos, nos posicionamos politicamente sobre Bolsa Família, Mais Médicos, cotas, Prouni (bolsa de estudo para estudante pobre cursar universidade), Pronatec (facilita o acesso ao ensino técnico e uma rápida entrada no mercado de trabalho), Fies (crédito educativo – financia cursos superiores não gratuitos). Em suma, em favor de políticas de inclusão, de transferência de renda e de mobilidade social. Ou contra isso tudo e em favor das leis do mercado, de pau no lombo do pobre e de entregar o pré-sal à sanha dos lobos predatórios. Mesmo quando votamos em candidaturas baseadas supostamente no culto à personalidade do eleito, como no canastrão e então carismático caçador de marajás, é porque ingenuamente elegemos o tema para acabar de vez com a corrupção no Brasil. Ou quando votamos na visão, na inteligência e na coerência de Brizola, foi de olho nos CIEP’s, no seu projeto de educação integral. Seja com o coração ou na cabeça, ali embutia ideologia.
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