Ou porque não estudou muito. Por não se achar muito capacitado para escalar montanhas mais elevadas. Ou por se achar menor em comparação com aqueles que mostravam um alcance do qual não se julgava à altura. Ou porque colocou a sobrevivência ou o sucesso acima de tudo com o dinheiro falando mais alto. E acabou sendo o que não deveria ser.
Enredando-se no primeiro grande drama de sua vida – por ser existencial – e sofrendo por não ser como realmente deveria ser. Deixando isso para mais tarde, quem sabe? Usando como subterfúgio desconhecer o que de fato queria ser.
A primeira grande mentira a respeito de si mesmo. A despeito de ter sido influenciado por muitos que não querem que sejamos outra pessoa. Senão até se afastariam por não haver mais afinidades. Nessa hora, parecemos um rio que vai convergindo para encontrar o seu curso, à medida que recebe muitos afluentes, como resultado de cascatas de mentiras, distanciando-se da nascente e de como deveria ser.
Provocando uma angústia desnaturada por não mais atinar com a razão de ter deixado de acreditar que não é como deveria ser. Sendo uma coisa oposta a tudo aquilo a que fomos destinados. Ou predestinados. Desviando de nossa missão, tornamo-nos infelizes. O eu se divide, inserindo um sério conflito em sua vida porque não é mais capaz de decidir quem você realmente é.
Daí começa a se sentir culpado e a perder a noção sobre si mesmo. Para onde está indo. A não mais se dar ao respeito. Ao constatar ser inútil recuperar o terreno perdido. O rio já saiu de seu curso e a sua natureza não volta atrás.
Isso costuma acontecer com muita frequência, desperdiçando-se uma encarnação.
Embora nada seja impossível no Plano Material ou no Plano Espiritual para resgatar o que deveria ter sido. Só que tem que se viver duas vidas em uma encarnação. Abandonando a anterior para construir uma nova no lugar, o quanto antes. Norteada por valores espirituais.