É mais uma discriminação com caráter de insulto, envolta em ódio, dizer que o eleitor de Lula vota pensando no bolso. Seja pelo Bolsa Família ou pelo salário mínimo que levou Serra a dobrar a aposta com 600 reais ou pelo crédito farto ou pelo conjunto de políticas sociais que elevaram seu nível de consumo. Quando seu padrão de vida está limitado à sua sobrevivência, manter seu emprego e não sobrar dinheiro no fim do mês. Precisam se preocupar com que o dinheiro dê para a comida, transporte, filhos, escola e com o socorro aos mais necessitados da família. O pragmatismo de votar pensando no bolso é de uso exclusivo dos ricos, no interesse de expandir seus negócios e suas aplicações financeiras, engordando seus lucros com candidatos que irão favorecê-los. Bolso, nesse caso, é a Bolsa de Valores, o reforço do caixa, alargar a praça de comércio, garantir o Governo como seu comprador e sócio, protegido pelo sigilo fiscal. Interesseiro é quem não quer ver prejudicados os seus interesses, adotando, para este fim, procedimento falsamente sociável com aqueles que lhe possam ser úteis. Em se tratando de pensar no bolso ao votar, pretender comparar a precariedade das necessidades dos pobres com os interesses dos mais abonados é de uma baixeza própria de quem não se apraz somente em usufruir a injusta distribuição de renda, mas principalmente em tripudiar.
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